Uma pessoa é assassinada pela polícia no Brasil a cada cinco horas. A matemática da violência não perdoa: são 141 mortes por mês, totalizando 1.693 por ano. Esses números foram levantados pela reportagem do jornal Correio Braziliense, baseada nas estatísticas de mortalidade por policiais do Ministério da Saúde e das ocorrências registradas em 2009 nas secretarias de Segurança Pública do Rio de Janeiro e de São Paulo. Achou muito? Tem mais: desde 2010, pelo menos 1.791 pessoas já foram executadas pela força policial. Um deles foi o menino Juan Morais, 11 anos, morto em 20 de junho a tiros de fuzil disparados por PMs na favela Danon, em Nova Iguaçu, de acordo com as investigações da Polícia Civil do Rio. Em geral, o que difere é o fato de civis serem assassinatos por homens fardados: 70% são jovens de 15 a 29 anos. E na faixa etária de Juan, entre 5 e 14 anos, 28 perderam a vida entre 2006 e 2009.
Em 2010, policiais foram resonsáveis diretos pela morte de 545 pessoas no Rio de Janeiro. No ano anterior, esse número bateu a casa dos 495 – 116 a menos que os 611 mortos em 2008. O número de desaparecidos no estado varia de 4,8 mil a 5,4 mil por ano. Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública fluminense ressaltou que 947 policiais militares e civis já foram expulsos da corporação — a maior parte por crime de homicídio — desde 2007. Em São Paulo, nos últimos dois anos 30 policiais civis foram punidos por mortes em confronto. "Não fosse a pressão das entidades de direitos humanos, da Assembléia Legislativa do Rio e da imprensa, Juan seria eternamente um desaparecido, como tantos outros", disse Sandra Carvalho, diretora da ONG Justiça Global, às repóretes Renata Mariz e Alana Rizzo.
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