quinta-feira, 28 de abril de 2011

II CAFÉ LITERÁRIO EM NOITE CULTURAL HOMENAGEOU POETA JOSÉ CHAGAS

Foi entre amigos, familiares, alunos, escritores e pesquisadores que José Chagas se sentiu em casa, no II Café Literário que aconteceu na noite de terça-feira (26/04) e no cardápio, bate-papo e literatura, realizado no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, órgão da Secretaria de Cultura do Estado, em clima bastante informal e intimista. 

Assim que chegavam, as pessoas eram convidadas a homenagear o poeta assinando o Livro de Ouro. Enquanto aguardavam o início da programação, o público pode apreciar as exposições de telas e fotografias de alunos dos cursos realizados no Odylo.

“Minha expectativa é imensa. Chagas é um poeta muito querido. As pessoas querem homenageá-lo. E agora que nos aproximamos dos 400 anos da cidade, acho que devemos isto a este grande poeta por seu amor dedicado a São Luis”, observou a diretora Ceres Fernandes.

José Chagas é natural da Paraíba, nascido em Piancó, em 29 de outubro de 1924, mudou-se para o Maranhão há mais de 50 anos, maranhense de coração, é Membro da Academia Maranhense de Letras, também conversou com apreciadores. “Esta é uma iniciativa excepcional da Ceres. Uma das atividades mais brilhantes na vida literária do Maranhão” comentou. “Ninguém tem essa constância como Ceres Fernandes, capaz de mobilizar as pessoas em São Luis, tanto a mocidade quanto a velhice, para um evento como este”, frisou Chagas.

Quando interrogado sobre a importância do Café Literário, o poeta disse que “é legítimo e providencial para a vida cultural de São Luis e do Maranhão. Um verdadeiro impulso para a Literatura”.

José Chagas relatou que tem mais de 60 cadernos com obras inéditas, segundo ele, sobre coisas escritas, coisas pensadas e coisas que valem à pena. Comentou ainda que sua percepção da poesia acontece pelo fato de que a maioria das pessoas vivem como se partissem da realidade para o sonho, todavia ele faz o caminho contrário, e parte do sonho para a realidade.

Foi interrompido por aplausos quando elucidou que a poesia antecede o poema, referindo-se ao acontecimento, que antecede a palavra. Depois disto, aconselhou a todos que valorizem mais o cotidiano.

Outros personagens deste elenco foram o pesquisador Sebastião Duarte, que deu início a programação, ao lado de Chagas, expondo sua opinião sobre a vida e obra do poeta, além da apreciação de outros colegas. “Esta é uma homenagem mais que merecida, por isso a mais natural e comovente”, declarou Sebastião. 

Sobre o evento, afirmou que o Café Literário é “uma das atividades que mais estão adequadas com o perfil cultural que se conhece em São Luis. E o Odylo Costa, filho é o lugar certo. Não lembro que tenha acontecido algo parecido na cidade".

A atriz Leda Nascimento, que recitou poesia de Chagas, considera a realização do Café Literário como algo indiscutível. “Brilhante idéia de congregar as pessoas com a finalidade literária de uma maneira agradável”, observou.

A noite contou ainda com dois momentos inesperados. Os atores Uimar Júnior e Joel de Abreu proporcionaram instantes emocionantes à platéia, com declamações de algumas obras de Chagas, tais como Maré/Memória de 1973, e trechos de Poema da Lagoa.

Com a casa lotada, o evento foi encerrado sob muitos aplausos e autógrafos. O poeta José Chagas foi homenageado de várias formas, e ao final do evento recebeu das mãos da idealizadora Ceres Fernandes, o seu Livro de Ouro, com registros das pessoas que estiveram presentes. 

Sempre com bom humor e simplicidade, José Chagas concluiu com a seguinte declaração: “nunca me convenci de que sou poeta. As pessoas é que me definem assim”.
Quando interrogado sobre como se define, ele respondeu: “sou apenas um sujeito por aí”.

A equipe do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho mostrou-se muito satisfeita. Afinal, realizaram uma noite de grande prestígio. Inesquecível para a literatura, e certamente para o poeta José Francisco das Chagas.

Texto e Fotos: Patrícia Godinho - Ascom.SECMA